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Baile do Cafe em Braganca. Entrevista que o advogado Dr. José Eduardo Aguirre fez com José Machado, ambos profundos conhecedores da história bragantina.
José Eduardo Aguirre é advogado em Bragança, foi professor universitário na USF, Vereador e Chefe da Câmara.
José Machado, é funcionário aposentado do Banco do Brasil, foi professor de direito na Universidade São Francisco.
O café veio pelo estado do Rio de Janeiro, Vale do Paraíba, até chegar na zona bragantina, lá pelos idos de 1860, 1870, época da Guerra do Paraguai.
Surgiram fazendas de café! Até que Bragança se tornou o point da economia regional, onde pontificava a cultura do café. Todas as atividade agrícolas tem ciclos, que começaram, no Brasil, 1870.
Em Bragança, terra da linguiça, estes ciclos do café, começaram em 1880, 1890, séc XIX. Para provar isso é só andar pelas ruas da cidade e ver as edificações, os florões nas casas, as datas com as iniciais dos proprietários: 1890, 1885. Teve a imigração italiana, que ocorreu a partir 1870, aqui chegaram o Capitão Nicolau Asprina – ex soldado Garibaldino na Itália, o Coronel Peluzzo, ambos casados com brasileiras. Segundo me comentou um dia o velho vereador Saturnino Paciti – historiador mór de Bragança – “isso aí prova que não tinha italiano, casaram com brasileira, não tinha mulher patrícia…” .
A cafeicultura formou um segmento social de destaque, que celebrava no “Baile do Café”. . José Machado
Aguirre: A grande manifestação social, acontecimentos máximos da época, eram os bailes. Na época não tinha o povo reunido para ouvir show de cantor e essas reuniões. O momento de expressão do glamour era o baile e Bragança vai ter então um
baile no principal clube da cidade o “Clube Literário”, que só poderia ser o “Baile do Café”! festa de gala da sociedade.
Machado: Era um lindo baile!… é hábito, desde a mais remota antiguidade, as comunidades agrícolas festejarem a colheita dos seus produtos. O baile do café sempre ocorria nos meses de junho ou julho, que é a época da colheita, quando os fazendeiros
estavam em suas fazendas, porque muitos, depois com a melhoria financeira, mudaram-se para São Paulo. Mas eram proprietários aqui, estavam todos reunidos, para o primeiro Baile do Café, que foi realizado no final dos anos trinta, início dos anos quarenta.
Aguirre: e a Rainha?
Machado: A primeira Rainha do Café ainda está entre nós, é a dona Déia Moreira Cintra, que foi casada com o Dr. José Lamartine Cintra. E outras a sucederam. Acontece que, nesse interstício, houve a Segunda Guerra Mundial que pesou para todos os setores e os bailes não foram realizados. Após a guerra, no ano de 1946… 47…, houve um estrondoso baile do café.
Aguirre: Retomada da tradição, numa época do país que tinha um ambiente de muita expectativa, que era da redemocratização, tínhamos a estrada de ferro por aqui ainda e haviamos acabado de sair da ditadura do Getúlio Vargas… mas, e o baile?
Machado: Me lembro de comentários da época, pois era um menino ginasiano, as modistas de então, se afogaram nas peças de tecido, importados, ou advindos de São Paulo. Dona Erminda Sales Cezar, viúva de Lívio Cezar, dona Euvira Aquile Leme, e
Donana Pantalhão casada com Pantalhão Gomes Nogueira, militar do Rio de Janeiro, que foi o primeiro técnico de som da rádio bragança em 1948…
Aguirre: Quem foi a Rainha deste baile?
Machado: A dona Marília de Lóquio e Silva, filha do coronel Jacinto Ozório de Loquio e Silva que foi um dos proprietários da indústria Santa Basiliça.
Aguirre: E esse Baile do Cafe em Braganca era dentro de rigore formal, smoking ou summer como era usado por Geraldo de Assis Gonçalves. No summer a calça era preta, mas o paletó era branco, de albeni. O smoking era como um pinguim, a roupa preta formal, numa época em que não haviam indústrias no Brasil, os tecidos, muitas roupas, era tuda importado. Cheguei a ir a muitos bailes do café, e naturalmente, jovem, revoltado, como é próprio da juventude, eu não ia vestir um smoking, mas também não ia ter um summer… minha torcida era para que meu primo, o Osvaldinho Russomano não fosse ao baile, porque ele tinha um summer, e aí eu usava o summer dele, emprestava o summer dele para ir no baile do café.
Machado: E vinham animar esses bailes as melhores orquestras de São Paulo, a exemplo das Big Bands, como Perúsi e sua Orquestra. Nós, que não tinhamos a roupa, a indumentária, moleques ginasianos, 2º ano do ginásio, ficávamos na praça “sapeando”, em torno do clube, para ouvir ali, ver a entrada do pessoal, aquele “lufa-lufa”, com a orquestra tocando uma música muito em voga na época, um samba do Dorival Caymi: Dora, a Rainha do Frevo e do Maracatú!
Aguirre: Você falou dessa orquestra, mas nós tinhamos o maestro Luiz Arruda Paes, Clóvis e Eli – belíssima orquestra – que virou efetiva no “Avenida Danças”, importante casa da noite paulistana.
Machado: Zézinho da TV, Willian Furneau, o Cópia – que tocava nos bailes do Trianom, na capital. Só música de altíssima qualidade!
…Machado: Falando desse Baile do Cafe em Braganca onde eu estava, a rainha foi a dona Marília de Lóquio e Silva, então recém chegada da europa. Apresentou-se deslumbrando o salão, com um vestido tomaraquecaia, que não era usado aqui em Bragança ainda na época. Avançadíssimo. Completando o vestido com um lindíssimo broche de brilhante, encrustrado na pele – na pele! – o que gerou muitos comentários pela cidade… e para finalizar, houve um outro baile do café que participei, no Clube Literário sob a
presidência do sr. Rubens Siqueira Reis Leme, não com uma, mas com duas orquestras! Na parte de cima do clube, “Zezinho” da Tv, e no salão de baixo, onde hoje é o bar, uma boate com “Betinho e seu Conjunto” do canal 7. Os salões chamavam, em cima Salão Tatugua – que é um tipo de café – e em baixo, salão Tanéfora, outro tipo de café.
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